Apesar da enxurrada de informações que temos lidado durante esse período de pandemia, alguns conceitos como coronavírus, COVID-19 e SARS-CoV-2 ainda estão confusos para muitas pessoas. E o que significa cada um deles, afinal?
Os coronavírus são responsáveis por causar infecções respiratórias. Os primeiros coronavírus humanos (CoVh) foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa.
Geralmente, os coronavírus causam doenças respiratórias leves a moderadas, semelhantes a um resfriado comum. A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida. Os coronavírus comuns que infectam humanos são alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1.
Apesar disso, alguns coronavírus podem causar síndromes respiratórias graves, como a síndrome respiratória aguda grave que ficou conhecida pela sigla SARS da síndrome em inglês “Severe Acute Respiratory Syndrome”. SARS é causada pelo coronavírus associado à SARS (SARS-CoV), sendo os primeiros relatos na China em 2002. O SARS-CoV se disseminou rapidamente para mais de doze países na América do Norte, América do Sul, Europa e Asia, infectando mais de 8.000 pessoas e causando em torno de 800 mortes, antes da epidemia global de SARS ser controlada em 2003. Desde 2004, nenhum caso de SARS tem sido relatado mundialmente.
Em 2012, foi isolado outro (e novo) coronavírus, distinto daquele que causou a SARS no começo da década passada. Esse novo coronavírus era desconhecido como agente de doença humana até sua identificação, inicialmente na Arábia Saudita e, posteriormente, em outros países do Oriente Médio, na Europa e na África. Todos os casos identificados fora da Península Arábica tinham histórico de viagem ou contato recente com viajantes procedentes de países do Oriente Médio – Arábia Saudita, Catar, Emirados Árabes e Jordânia. Pela localização dos casos, a doença passou a ser designada como síndrome respiratória do Oriente Médio, cuja sigla é MERS, do inglês “Middle East Respiratory Syndrome” e o novo vírus nomeado coronavírus associado à MERS (MERS-CoV).
O novo agente do coronavírus, com que estamos lidando agora, foi notificado no dia 31 de dezembro de 2019, após casos registrados na China. E pela semelhança genética com o coronavírus da SARS de 2003, recebeu o nome SARS-CoV-2. SARS vem do inglês “Severe Acute Respiratory Syndrome” e CoV se refere ao CoronaVírus. E, seguindo a mesma lógica de nomenclatura, a doença causada pelo SARS-CoV-2 foi chamada de COVID-19, uma sigla que vem do inglês COronaVIrus Desease, do ano de 2019.
Em suma: o SARS-CoV-2 é um tipo de coronavírus (CoVh) que ficou conhecido por causar a doença COVID-19 que tem nos atingido. Cabe destacar também que o CID 10 – o código para registro de casos, conforme as definições, será U07.1 – Infecção pelo novo Coronavírus (COVID-19).
Agora que todos nós sabemos, vamos aplicar corretamente as nomenclaturas?
Quando estiver se referindo ao vírus, escreva o SARS-CoV-2, o coronavírus, ou o novo coronavírus. Exemplo: “Mais de 290 estão infectadas pelo coronavírus no Brasil”
Quando a referência for à doença, utilize COVID-19, precedida por artigo feminino, caso necessário. Exemplo: A (doença) COVID-19 já matou mais de 2.500 pessoas na Itália.
Fonte: UNA-SUS